Prometeu e Pandora

9/02/2005

Billie Holiday

Quando ouvi Billie Holiday pela primeira vez, quis morrer. O que era aquela voz rascante, esquisita, completamente diferente de todos os “bons” músicos que existiam? O engraçado é que continuei comprando CDs dela. Afinal, sempre se falou maravilhas dela, por que eu não via nada? Um belo dia, que na verdade foi uma bela noite, ouvi o Sound of Jazz e ela cantando Billie’s blues. Minha vida nunca mais foi a mesma. Foram necessários anos para eu perceber que o que mais me fascinava nela era a sua vida. Quando me livrei disso, passei a ouvir só a música. E gostei mais ainda.
Hoje, aprecio mais blues do que jazz. Não porque ache um melhor do que o outro. Isso é bobagem. Apenas me identifico mais com blues. Mas Billie Holiday – que cantou pouquíssimos blues ao longo da vida – ainda é uma presença importante na minha concepção de música. Gosto de expressão, de gente que canta para si antes de cantar para os outros. Cada vez menos músicos fazem isso.


 
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